30 junho, 2009

1



Pearl Jam - Vitalogy

Seria se supor que, estando em primeiro lugar, Vitalogy seria perfeito, intocável, sem falhas. Mas não. Vitalogy é o enfant-terrible dos Pearl Jam, o filho bastardo, a ovelha negra. Tem um carácter único. Não é polido; na verdade a produção é muito crua, a sonoridade é muito, muito negra, obscura, por vezes bizarra. Não é um álbum bonitinho, nem é feito para a geração Arcade Fire. É um disco que surge das profundezas do Rock Alternativo da década de 90.

Não eram tempos fáceis para a banda, ainda a lidar com a fama, a passar por problemas legais (a famosa polémica com a Ticketmaster), e com alguns elementos da banda a atravessarem questões pessoais delicadas. Tudo isso envolve Vitalogy num turbilhão de emoções que se externalizam através dos instrumentos, da voz, das letras.

Tem uma base conceptual: Vitalogy é o nome de uma enciclopédia médica de 1899, referência no seu tempo, mas que agora apresenta conteúdos totalmente datados, absurdos e até surreais. O próprio CD é um mini-livro, cuja capa e conteúdo (apenas uma pequena parte dele, já que o livro completo tem cerca de mil páginas) são iguais aos do original.

Desde os primeiros acordes de "Last Exit" que percebemos que este não será apenas mais um álbum de Pearl Jam; é a introdução perfeita, dado que é em tudo semelhante ao álbum - crua, pesada, confusa, caótica, e verdadeiramente genial. "Spin The Black Circle", o tributo ao Vinil, é a música mais Punk da discografia dos Pearl Jam. "Not For You" é mais uma faixa agressiva, marcada pelas letras anti-fama do Eddie.

Depois...bem, depois temos "Tremor Christ". A música. A minha música preferida. Desde as letras sinistras e indecifráveis, passando pela composição originalissima, e indo até à emoção pura na voz, tudo é único nesta música. Segue-se a arrepiante "Nothingman", a mais bonita balada que os Pearl Jam já fizeram - tanto a nível de música como de letra. "Whipping" é simples, mas do mais contagiante que há.

A partir daqui começam a surgir as faixas exprimentais: "Pry, To" é um minuto bizarro, uma música que tem um significado quando ouvida normalmente, mas que tem uma mensagem secreta quando ouvida em sentido contrário (coisa feita por muitas bandas, mas só os Pearl Jam conseguiram criar uma música que tivesse significado lógico ouvido das duas maneiras). "Corduroy" é uma das músicas mais tocadas pela banda ao vivo, e também uma das minhas favoritas.

"Bugs"...bem, bastará imaginar Eddie Vedder a tocar acordeão enquanto vai cantando uma letra absurda e hilariante; um delírio - ouvir para crer. "Satan's Bed" tem uma das melhores e mais agressivas letras dos Pearl Jam e, apesar de ser pouco conhecida, é das minhas favoritas. "Better Man" é das músicas mais conhecidas da banda, o que acaba por lhe tirar algum encanto. "Aye Davanita" é outra música exprimental - reforça o carácter único do álbum. "Immortality" é uma balada incrivelmente poderosa, e uma das melhores músicas da banda.

"Hey Foxymophandlemama, That's Me" termina o álbum em puro delírio; consiste na gravação duma entrevista realizada a uma criança numa instituição mental, à qual os Pearl Jam adicionaram música - o resultado é sinistro e arrepiante, e evidencia ainda mais Vitalogy como um álbum único, quase conceptual, e profundamente exprimental.

Tudo aquilo que fez dos Pearl Jam uma banda única e especial começa precisamente aqui, no Vitalogy. É um álbum cheio de personalidade, cheio de carácter. E é uma peça única, inestimável, irrepetível. É, definitivamente, O Álbum.

29 junho, 2009

2



The Mars Volta - De-Loused In The Comatorium

É difícil criar um álbum perfeito, sobretudo quando falamos dum trabalho de estreia. Mas os The Mars Volta fizeram precisamente isso com De-Loused In The Comatorium, um álbum conceptual recheado de Rock Progressivo e Psicadélico da mais elevada qualidade. Não são uma banda fácil de se ouvir, é certo, mas este álbum é, ainda assim, surpreendentemente acessível - daí que encaixe bem no ouvido logo à primeira audição.

Não faz sentido analisar o disco faixa a faixa; é um álbum conceptual cujas músicas estão todas ligadas, tanto musical como liricamente. Claro que a "Roulette Dares" e a "Take The Veil Cerpin Taxt" são momentos estratosféricos, algo tão arrebatador que eu coloco de imediato como duas das melhores músicas que já ouvi até hoje. Mas o importante mesmo é ouvir o álbum de início ao fim, e deixar-se levar pela bateria excepcional de Jon Theodore, a guitarra do Omar, a voz e as letras do Cedric - tudo misturado com uma dose de insanidade.

De-Loused In The Comatorium é uma viagem alucinada, é o triunfo da loucura e da exprimentação sobre o senso comum e a música radio-friendly, e é a prova viva de que ainda existem bandas com criatividade suficiente para nos surpreenderem e nos deixarem abismados.

28 junho, 2009

3



Cat Power - Moon Pix

Se You Are Free é minimalista, então o que dizer de Moon Pix? Simplesmente que Cat Power vagueia num Mundo à parte, só dela - é um álbum profundamente introspectivo, cheio de letras extraordinárias que nos revelam Cat Power como uma excepcional contadora de histórias. Na sua maioria tristes, deprimentes, algumas a roçar o trágico.

"No Sense", "Say", "Metal Heart", "Moonshiner", "Colors And The Kids" e "Cross Bones Style" são momentos épicos, mas o álbum só faz sentido como um todo, como uma experiência músical completa. São onze músicas brilhantes, de pura inspiração.

Este é daqueles discos para ouvir deitado no sofá, com as luzes desligadas, com a chuva a bater lá fora, e com um copo de vinho a acompanhar. Moon Pix é alma, em estado puro.

27 junho, 2009

4



The Mars Volta - Amputechture

Amputechture não é um álbum fácil, longe disso, e foi necessário algum tempo e muitas audições até que conseguisse atingir e compreender a totalidade da amplitude musical deste trabalho dos The Mars Volta. A duração das músicas pode assustar um pouco, as suas inúmeras secções rítimicas e respectivas transições ainda mais, e até o nome das músicas ajuda à percepção de complexidade deste álbum. Mas, na verdade, Amputechture é bem menos assustador do que pode parecer.

"Vicarious Atonement" abre o álbum com uma sonoridade atmosférica, uma espécie de prólogo que nos prepara para a descarga de energia que aí virá. E ela surge com "Tetragrammaton", epopeia musical de quase 17 minutos recheados de pura genialidade. Segue-se "Vermicide", excelente música mas que quase passa despercebida perante a grandiosidade de Amputechture. "Meccamputechture" é o outro momento alto do álbum; guitarras, bateria, saxofone, tudo se mistura neste autêntico turbilhão sonoro - uma maravilha para os sentidos. "Asilos Magdalena" contrasta com tudo o que tinhamos ouvido até aqui: apenas a voz de Cedric - que canta esta música em Castelhano - acompanhada pela guitarra acústica de Omar; é belíssima. "Viscera Eyes" e "Day Of The Baphomets" são duas músicas típicas dos The Mars Volta - e são simplesmente brilhantes. O álbum termina com a atmosférica e psicadélica "El Ciervo Vulnerado".

Depois de ouvir este álbum fica-se com a sensação que se exprimentou algo novo, algo diferente; música com um sentido, com um propósito, que nunca se deixa perder. Apesar de confuso ao início, quando se encaixam as peças, tudo faz sentido. Amputechture é uma exibição de puro talento e de pura genialidade de uma das mais promissoras bandas da actualidade. É um álbum imperdível e certamente um futuro clássico.

26 junho, 2009

5



Pearl Jam - Binaural

Binaural é mais um excelente exemplo do modo como os Pearl Jam procuraram explorar novas sonoridades, naquele que será, porventura, o trabalho mais criativo da banda.

Arranca com três músicas do Rock típico dos Pearl Jam: "Breakerfall", "Gods's Dice" e "Evacuation". Depois surge a "Light Years", uma das minhas favoritas da banda, tem uma melodia e uma letra lindíssimas (...every inch between us becomes light years now). "Nothing As It Seems" é uma música invulgar para os Pearl Jam, sendo o momento da sua discografia em que a banda mais próxima surge do Rock Progressivo. "Thin Air" é outra melodia magnífica. "Insigificance" é um ponto alto: excelente Matt Cameron na bateria, excelentes as guitarras, excelente a harmonia na composição. "Of The Girl" tem uma original e belíssima combinação de guitarras ao longo da música. "Grievance" é a minha favorita do álbum; agressiva e poderosa, remete-nos para os Pearl Jam old school. "Rival" é uma música muito original, com a sua dose de estranheza. "Sleight Of Hand" é uma obra-prima, uma música única, diferente e muito intensa. "Soon Forget" é apenas a voz de Eddie e o seu ukelele. "Parting Ways" fecha o álbum com uma melodia suave.

É também curioso que duas das melhores músicas da discografia dos Pearl Jam tenham sido gravadas para este CD mas, infelizmente, ficaram de fora do alinhamento final. Para o efeito, a "Sad" e a "Fatal", posteriormente editadas na compilação de "lados-B", Lost Dogs.

É um álbum escuro, atmosférico, e, em última instância, mais alternativo do que qualquer coisa que eles tenham feito. Os fãs da banda parecem não ter gostado muito, o público em geral também não. Eu adoro-o.

25 junho, 2009

6



Queens Of The Stone Age - Lullabies To Paralyze

A maioria das pessoas pensou que os Queens Of The Stone Age não conseguiriam fazer nada de jeito após a saída de Nick Oliveri da banda, e que a partir de Songs For The Deaf seria sempre a descer. Puro engano. Lullabies To Paralyze é puro génio.

A sonoridade vai-se tornando, ao longo do álbum, cada vez mais sinistra; é o mais estranho e o mais alternativo álbum da banda - não é, por isso, consensual. As dez primeiras músicas são simplesmente perfeitas. A partir daí a banda dá azo a algumas excentricidades, que seriam ainda mais evidentes no seu próximo álbum, Era Vulgaris. Algumas são de gosto duvidoso.

"Everybody Knows That You Are Insane", "Tangled Up In Plaid" e "Little Sister" são as minhas músicas favoritas dos Queens Of The Stone Age. Mas "Medication", "I Never Came" ou a bizarra, sinistra e arrepiante "Someone's In The Wolf" são outros exemplos excepcionais da qualidade deste álbum.

Se "Skin On Skin", "Broken Box" e "You Got a Killer Scene There, Man..." não fizessem parte deste disco, Lullabies To Paralyze seria, em termos técnicos, perfeito.

24 junho, 2009

7



At The Drive-In - Relationship Of Command

Antes de serem os The Mars Volta, Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodriguez Lopez já espalhavam magia numa banda de Post-Hardcore chamada At The Drive-In. O seu ponto alto surge com o seu último álbum, Relationship Of Command - 45 minutos de pura alucinação e sem espaço sequer para respirar. É um álbum ultra-agressivo, mas cheio de substância; no meio do ruído é possível constatar a genialidade músical, sobretudo da guitarra de Omar. As letras do Cedric também ajudam - têm uma invulgar profundidade e complexidade, ainda mais para este tipo de música

É difícil destacar sequer uma única música. São todas próximas do genial, são todas incrivelmente contagiantes. Ainda assim, "One Armed Scissor" (o single do álbum, e a única música dos At The Drive-In que chegou ao mainstream), "Sleepwalk Capsules" e "Rolodex Propaganda" são as minhas favoritas.

Poderá ficar um sentimento de alguma frustração pelo facto da banda ter terminado precisamente quando estava no seu auge. Mas, por interessante ironia, o destino quis que estes dois bons rapazes fossem ainda mais além e criassem algo ainda mais brilhante - mas isso fica para depois.

23 junho, 2009

8



Pink Floyd - Wish You Were Here

Tudo aquilo que os Pink Floyd fizeram entre o Meddle e o Animals era digno de figurar neste Top. Ainda assim, Wish You Were Here é um pouco mais especial do que todos os outros. Tem apenas quatro músicas (ainda que "Shine On You Crazy Diamond" esteja dividida em duas faixas), o que ajuda a tornar este álbum ainda mais perfeito. Ao contrário de, por exemplo, The Wall, em que os Pink Floyd se perdem nas deambulações de Roger Waters e fazem um álbum com demasiadas músicas desconexas e despropositadas, em Wish You Were Here tudo encaixa e faz sentido.

É um álbum profundamente emocional, totalmente dedicado a Syd Barret; isso faz com que soe a algo genuinamente sentido, quer na voz, quer nos instrumentos. É uma bela e profunda simplicidade que se arrasta ao longo do álbum. Destaque evidente para os extraordinários solos de David Gilmour.

"Shine On You Crazy Diamond" é, muito provavelmente, a melhor música dos Pink Floyd, e uma das melhores de sempre. "Welcome To The Machine" é outra obra grandiosa, misturando sintetizadores com guitarras acústicas. "Have A Cigar" é a música mais descontraída do álbum, tem até um toque de Blues. "Wish You Were Here"...bem, toda a gente conhece esta música, e o excessivo airplay não lhe tirou a beleza nem a mestria; é um clássico.

Wish You Were Here é uma obra única e irrepetível, pensada pelo génio artístico dos Pink Floyd, mas executada com o coração. E é aí que reside a sua beleza.

22 junho, 2009

9



Cat Power - You Are Free

Confesso que é complicado para mim analisar um álbum da Cat Power/Chan Marshall do mesmo modo que falo dos outros discos. É difícil transmitir por palavras algo que só ganha verdadeira dimensão quando é ouvido. You Are Free é inspiração pura, é melodia belíssima e irresistível, é minimalismo coerente e harmonioso.

"Good Woman", "Fool" e "Maybe Not" são faixas que facilmente entrariam num meu Top de músicas favoritas - estão entre as melhores coisas que já ouvi até hoje. Mas todas as outras (com a excepção de "Shaking Paper" e "Half Of You") são magníficas e merecem ser ouvidas.

Num trabalho que até tem participações de Dave Grohl (na bateria, em algumas músicas) e Eddie Vedder (na voz, em "Good Woman" e "Evolution"), é sempre a extraordinária voz da Chan Marshall que se destaca - é a essência e o ponto central do álbum.

You Are Free é um álbum relativamente acessível dentro da discografia da Cat Power mas, ainda assim, difícil de se absorver na totalidade à primeira audição. Merece - e necessita - de algum tempo e de algumas reproduções.

21 junho, 2009

10



Radiohead - The Bends

Antes de enveredarem pela exprimentação, os bons rapazes dos Radiohead já faziam boa música. Sim, há vida para além de Ok Computer. The Bends não é só o melhor álbum dos Radiohead; é também o mais eclético, o mais equilibrado e o mais genuíno. É que apesar de ser o seu segundo álbum, ainda é um lançamento pré-fama - é a música pela música, sem pressões.

Não quero com isto tirar mérito ao percurso que os Radiohead fizeram. Se tivessem ficado pela sonoridade do The Bends, muito provavelmente teriam caído no marasmo e por esta altura eram apenas mais uma banda de Brit-Pop. É um pouco o que se passa com os Pearl Jam e o Ten: pode ser excelente, mas se não tivessem ido mais além e procurado explorar mais a sua música, a banda não teria metade do encanto.

The Bends não tem más músicas. Ainda assim, há algumas que se destacam particularmente. "The Bends" dá o nome ao álbum e é francamente boa - belíssimo refrão, excelentes as guitarras. Depois uma das minhas favoritas da banda, "High And Dry" - o tipo de melodia que os Coldplay andam a tentar fazer há dez anos, sem sucesso. "Fake Plastic Trees" é o momento mais emocional, com a voz de Thom Yorke em fantástico plano. "Just" tem uma das melhores letras, e também se destaca a combinação das guitarras, que soam de modo harmonioso e complexo. "My Iron Lung" é o momento alto: começa de modo melódico, mas depois explode completamente - esquizofrenia que faz lembrar a "Paranoid Android"; letra e voz cheias de raiva."Bullet Proof...I Wish I Was" é lindíssma. "Black Star" é outra das minhas preferidas. "Street Spirit" finaliza o álbum com uma melodia estranha e inquietante, que chega a arrepiar.

A principal conclusão a retirar é que The Bends é um álbum profundamente subvalorizado. E não se percebe porquê, dado que é, na minha opinião, bastante acessível.

20 junho, 2009

11



Queens Of The Stone Age - Songs For The Deaf

Songs For The Deaf é o trabalho dos Queens Of The Stone Age mais aclamado pelo público e pela crítica. É também o álbum mais pesado e dos mais alternativos da banda. O contributo de Dave Grohl (ex-Nirvana) na bateria é decisivo para a qualidade do álbum, adicionando a dose certa de "ruído" à guitarra de Josh Homme.

"No One Knows" é a música mais conhecida da banda, e também uma das mais radio-friendly do álbum. Outras músicas que se destacam são "You Think I Ain't Worth a Dollar, But I Feel Like a Millionaire", "A Song For The Dead", "The Sky Is Falling", "Gonna Leave You", "Another Love Song", "A Song For The Deaf" e a "Mosquito Song". Mas a minha favorita é mesmo a "Go With The Flow" - guitarra muito acelerada e ritmo contagiante, é um dos singles do álbum.

Numa ou noutra ocasião, Songs For The Deaf consegue ser bastante melódico. Mas, na sua quase totalidade, é uma descarga de ruído alucinante, qual LSD sobre acordes. Um verdadeiro badboy.

19 junho, 2009

12



Ornatos Violeta - O Monstro Precisa De Amigos

É o único álbum de uma banda Portuguesa no Top; não por patriotismo, não por necessidade de dar um apoio à música nacional, mas sim - totalmente - por mérito próprio. O Monstro Precisa De Amigos é o melhor álbum de Rock alguma vez feito em Portugal. É o génio de Manel Cruz, algo descontrolado em Cão!, que encontra neste álbum o equilíbrio perfeito.

É difícil não considerar os Ornatos Violeta como a melhor banda Portuguesa de todos os tempos. Este trabalho ultrapassa as fronteiras do bom e atinge um nível excelência verdadeiramente impensável cá no burgo. Manel Cruz é mais do que um escritor de músicas, é um verdadeiro poeta, e a dimensão lírica de O Monstro Precisa De Amigos é soberba, brutal e apaixonante.

A nível músical a qualidade mantém-se. "Chaga" é puro poder, "Ouvi Dizer" é uma faixa verdadeiramente épica que termina com um impensável dueto com Vitor Espadinha e "Capitão Romance" é a minha música favorita dos Ornatos - é um momento único e irrepetível, pleno de originalidade. "Dia Mau", "Pára De Olhar Para Mim", "O.M.E.M.", "Coisas" e "Nuvem" são outros momentos altíssimos.

Deixa muitas saudades.

18 junho, 2009

13



Pearl Jam - Ten

Considerado pelo público em geral como O álbum de Pearl Jam, Ten foi o primeiro e, ao mesmo tempo, o maior sucesso da banda. É difícil apontar críticas a este trabalho. Ainda assim, a sua produção parece-me o ponto mais fraco: os instrumentos não ouvem tão bem como deveriam, mas tal acaba por ser compreensível, dado que essa era uma característica da sonoridade Grunge. E, por isso, Ten pode soar algo datado (para se ouvir este álbum convenientemente, é bom optar pelas recém-lançadas versões remixadas e remasterizadas).

De resto é próximo da perfeição: solos de guitarra míticos do Mike na "Alive" e na "Even Flow", riffs marcantes na "Once" e na "Jeremy", o poder da voz do Eddie na "Release". E o que dizer da poderosíssima e extraordinária "Black"? Mas a melhor música do álbum acaba mesmo por ser a sublime "Porch"; guitarras, bateria, baixo, voz, letras - tudo funciona de modo perfeito e harmonioso, numa música que vai em crescendo até ao seu final épico.

Ten terá sempre o mérito de ser o melhor álbum de Grunge alguma vez feito. Mas, felizmente, a discografia dos Pearl Jam vai muito para além desse estilo de música.

17 junho, 2009

14



Arctic Monkeys - Whatever People Say I Am, That's What I'm Not

Primeiro e único representante da nova geração de bandas de Indie Rock, este álbum de estreia dos Arctic Monkeys destaca-se, definitivamente, da maralha. Baseia-se na simplicidade, seja a nível do conceito, das letras - Alex Turner limita-se a contar histórias do dia-a-dia, seja sobre bares, discotecas, mulheres ou álcool - ou da composição. É esse um dos segredos dos Arctic Monkeys: não se deixar levar demasiado a sério.

Whatever People Say I Am, That's What I'm Not é altamente viciante de início ao fim; transmite aquela vontade irresistível de cantarolar entusiasticamente todas as músicas, bem como dar um pezinho de dança.

"The View From The Afternoon", "I Bet You Look Good On The Dance Floor" e "When The Sun Goes Down" são as minhas faixas preferidas deste álbum, mas todas as outras são, no mínimo, muito boas. Esta banda promete, e muito.

16 junho, 2009

15



Nirvana - Nevermind

Não há muito a dizer sobre Nevermind que não tenha já sido dito, ou não fosse este um dos álbuns mais conhecidos da história da música.

Os Nirvana conseguiram fazer um álbum que atinge um equilíbrio perfeito entre o alternativo e o mainstream; é pesado, é agressivo e tem letras controversas, mas ao mesmo tempo as músicas seguem estruturas bastante simples, e a produção transformou o som "sujo" que encontrávamos em Bleach em algo perfeitamente radio-friendly.

"Smells Like Teen Spirit" é o espelho de Nevermind: simples, mas cheia de energia - é espectacularmente contagiante. "In Bloom", "Come As You Are", "Lithium" e "Polly" são sucessos radiofónicos. Depois temos as minhas músicas favoritas dos Nirvana: "Drain You" e "Lounge Act". A primeira é lindíssima, a segunda é puro Grunge. O álbum fecha com outra das minhas favoritas "Something In The Way".

Nevermind é um daqueles casos em que o todo vale mais do que a soma das partes. Abriu muitas portas e mudou o curso da música para sempre - e, por isso, é algo muito especial.

15 junho, 2009

16



Radiohead - OK Computer

OK Computer é um álbum quase conceptual, debatendo-se acerca do domínio da "máquina" sobre o Homem. Musicalmente apresenta algumas das mais complexas estruturas que os Radiohead já fizeram. "Paranoid Android" é a representação máxima dessa complexidade, com as suas mudanças bruscas de ritmo, chegando por vezes a parecer uma música de King Crimson.

A seguir, a sombria e melancólica "Exit Music (For A Film)" e a lindíssima "Let Down", abrem caminho para uma música que já é um clássico: "Karma Police" - foi o único CD Single que comprei até hoje. "Fitter Happier" reforça o carácter conceptual do álbum, seguido-se a espantosa "Electioneering", acelerada e frenética, é o ponto alto das guitarras neste disco. E depois chegamos ao momento mais alto de OK Computer: "Climbing Up The Walls" - uma descarga emocional poderosíssima, um autêntico pontapé na boca, é algo único e que soa diferente de tudo o que já ouvi. Para fechar, "Lucky", "No Surprises" e "The Tourist" são boas, mas não excelentes.

Acho que o interesse de OK Computer passa também pelo seu carácter conceptual, que ajuda a explicar algumas músicas menos conseguidas. Mas é evidente que os seus pontos altos superam claramente os baixos, atingindo, por vezes, a genialidade pura.

14 junho, 2009

17



Pearl Jam - Vs.

Numa fase inicial chamado Five Against One, Vs. é o primeiro álbum pós-fama dos Pearl Jam e representa bem o modo como eles lidaram com o seu estatuto de celebridades. Desde logo não fizeram vídeos para acompanhar os singles; muitas das letras ridicularizam a fama, os media e toda a atenção que receberam; a sonoridade é bem mais agressiva e crua do que a do Ten. Nada disso adiantou: Vs. vendeu 1 milhão de cópias numa semana, um recorde absoluto.

Vs. anda muito próximo do melhor que os Pearl Jam já fizeram. Tecnicamente é soberbo. A entrada de Dave Abbruzzese para a bateria resultou na perfeição; só para dar um exemplo, "W.M.A." é, para mim, o melhor trabalho de bateria de toda a discografia de Pearl Jam. Há que destacar também o trabalho de baixo do Jeff, particularmente notável na "Go", "Animal", "Rats" e também na já mencionada "W.M.A.".

Realce ainda para a voz do Eddie, não só pelo poder e pela intensidade, mas também pela variedade de registos que ele apresenta neste álbum: desde o poder da "Blood" ou da "Animal", passando pelo registo muito original da (novamente) "W.M.A.", terminando numa das melhores prestações da discografia, a magnífica e melodiosa "Indifference".

Os Pearl Jam são a minha banda favorita e Vs. é um dos seus mais digníssimos representantes.

13 junho, 2009

18



Hole - Live Through This

É possível que o feitio inenarrável da Courtney Love seja o principal motivo porque as Hole não sejam hoje vistas como uma banda de culto ou referência. Mas a verdade é que Live Through This é um dos melhores álbuns de Rock Alternativo da década de 90.

Segue a fórmula do Grunge: é poderoso e agressivo, mas nas doses certas. E é profundamente honesto e genuíno. A guitarra de Eric Erlandson (o elemento masculino da banda) combina pefeitamente com a voz de Courtney, e o baixo de Kristen Pfaff soa sempre perfeito, quer nas músicas mais melódicas, quer nas mais agressivas.

"Violet" é a primeira e, ao mesmo tempo, a melhor música do álbum (e também da banda). "Miss World", "Asking For It" e "Jennifer's Body" são fantásticas, mas é com "Doll Parts" que temos o outro grande momento do álbum - música e letra profundamente emocional. "Credit In The Straight World" é uma das músicas mais originais do disco a nível de composição; para fechar, "Rock Star" é a música mais raw do álbum, e resulta na perfeição.

Não há músicas fracas neste álbum. É uma enorme evolução desde Pretty On The Inside, e acabaria por ser o melhor trabalho da carreira das Hole, mesmo quando comprarado com o também excelente Celebrity Skin, que sairia mais tarde, em 1998.

12 junho, 2009

19



Guns N' Roses - Appetite For Destruction

O álbum de estreia dos Guns N'Roses marcou uma viragem no panorama musical; a representação do Rock estava a cargo de bandas de Glam Metal como os Van Halen, os Poison ou os Motley Crue. Appetite For Destruction veio alterar tudo isso, com a sua sonoridade pesada e agressiva e as suas letras profundamente críticas sobre Los Angeles e o seu estilo de vida.

É sobretudo a voz de Axl Rose e a guitarra de Slash que emergem deste álbum como trademarks da sonoridade dos Guns N'Roses. Desde os primeiros acordes de "Welcome To The Jungle" que se percebe que vem aí algo de selvagem e especial. "It's So Easy", "Nightrain", "Mr. Brownstone", "Paradise City", "My Michelle" e a lendária "Sweet Child O'Mine" são faixas marcantes na discografia da banda, e que provam a enorme qualidade deste álbum - o melhor da carreira dos Guns N'Roses.

11 junho, 2009

20



King Crimson - In The Court Of The Crimson King

In The Court Of The Crimson King é considerado por muitos como o melhor álbum de Rock Progressivo de sempre. É o disco de estreia dos King Crimson e saiu há nada mais nada menos do que 40 anos, em 1969. É uma peça indispensável de qualquer discografia que se preze, não só devido à sua qualidade, mas também porque foi um álbum altamente influente para muitas das grandes bandas que hoje ouvimos.

A primeira música é a minha favorita de toda a discografia da banda, "21st Century Schizoid Man"; provavelmente a melhor música de sempre do rock progressivo, é uma faixa que define e resume na perfeição a sonoridade dos King Crimson. Segue-se a melodiosa "I Talk To The Wind", a poderosíssima "Epitaph" (outra das minhas favoritas da discografia da banda), e a bizarra "Moonchild", que após uma introdução magnífica prossegue com 10 minutos de improvisação - definitivamente não é um faixa para a geração mp3. O álbum acaba em grande com "The Court Of The Crimson King", outra musica altamente prestigiada da sua discografia.

E foi assim que, com apenas 5 músicas, se fez um dos álbuns mais conceituados e influentes da história da música. Consegue ser melodioso, psicadélico, imprevisível e verdadeiramente poderoso. Uma obra prima.

10 junho, 2009

21



Queens Of The Stone Age - Rated R

Nicotine, Valium, Vicodin, Marijuana, Ecstasy and Alcohol. Cocaine.

É assim que os Queens Of The Stone Age abrem as hostilidades deste Rated R, não deixando grandes dúvidas sobre o que virá daí para a frente.

Josh Homme e Nick Olivieri criaram esta obra notável, recheada de músicas absolutamente fantásticas, não se limitando ao Stoner Rock. Na verdade há um pouco de tudo neste álbum, desde o mais melódico ao mais pesado, desde o mais atmosférico até ao mais psicadélico - inclusive dentro da mesma música. "The Lost Art Of Keeping A Secret" e "Better Living Through Chemistry" são exemplos disso mesmo - e, ao mesmo tempo, as melhores faixas do álbum.

A partir daí torna-se complicado fazer destaques individuais. Rated R não tem pontos fracos evidentes, todas as músicas são boas. Vou destacar apenas a "Quick And To The Pointless" por ser, muito provavelmente, a música mais bizarra e delirante de toda a discografia da banda - com Nick Olivieri na voz, gravada apenas com um take. O resultado é imperdível.

Rated R é tão bom, tão eclético, e tão poderoso, que pode ser facilmente escolhido como o melhor álbum da banda. Não é essa, contudo, a minha opinião. Por isso ainda teremos mais Qotsa lá para a frente.

09 junho, 2009

22



Sleater-Kinney - Call The Doctor

As Sleater-Kinney são a referência máxima dentro do movimento Riot Grrrl, ainda que sejam pouco (re)conhecidas fora dele. Call The Doctor é o seu único representante neste Top, mas Dig Me Out ou The Woods (destaque para "Jumpers", a melhor música da banda) também poderiam perfeitamente estar aqui.

Call The Doctor é pura energia, puro punk, destilado ao longo de 30 minutos frenéticos e viciantes. Riffs de guitarra poderosos, a ausência de baixo e a voz fantástica da Corin Tucker traçam as linhas mestras para este álbum.

A primeira faixa, "Call The Doctor", é uma sublime descarga de raiva e energia; é a melhor música deste disco. "Little Mouth", "Stay Where You Are" e "Good Things" são músicas fantásticas e bem representativas do que é a sonoridade das Sleater-Kinney. "I Wanna Be Your Joey Ramone" é outro dos pontos altos do álbum - e evidencia a ligação às origens Punk (ou não fossem os Ramones uma banda de referência do género). Finalmente surge outra das minhas favoritas, "I'm Not Waiting".

Call The Doctor é um excelente ponto de partida para quem não conhece as Sleater-Kinney, não só por ser de facto muito bom, mas também porque é um álbum que define na perfeição a sua sonoridade.

08 junho, 2009

23



Tool - Ænima

Actualmente a banda de referência a nível de Metal Progressivo, os Tool têm vindo a desenvolver trabalhos muito originais e de boa qualidade. Ænima é, contudo, o meu favorito. A estranheza que a primeira audição do álbum pode causar prende-se, sobretudo, com o carácter progressivo dos Tool - neste álbum optararam por criar uma espécie de faixas de ligação (que contêm mais ruído do que propriamente uma sonoridade trabalhada) entre as músicas. É, portanto, um álbum que deve ser visto no seu todo e não música a música. E, nesse contexto conceptual, essas "ligações" fazem todo o sentido.

Praticamente todas as músicas (propriamente ditas) do álbum são soberbas: "Stinkfist", "Eulogy", "H", "Forty Six & 2", "Hooker With A Penis", "Jimmy", "Pushit", "Aenema" e "Third Eye".

É um álbum que, mais do que apenas ouvir, é necessário explorar.

07 junho, 2009

24



Alice In Chains - Dirt

Se nas restantes bandas de Seattle são visíveis os traços de Punk no seu Rock, nos Alice In Chains são claramente mais notórias as influências do Metal. Daí que não surpreenda que Dirt seja um dos álbuns mais obscuros e perturbadores de toda a onda Grunge. Pelo menos metade das músicas do álbum falam sobre droga - ou não fossem elas escritas por Layne Staley; a morte, a depressão e a guerra são outras temáticas abordadas. A sonoridade é também "suja", confusa, com os sons dos instrumentos a misturarem-se, propositadamente, num emaranhado de ruído.

"Them Bones" e "Dam That River" abrem o álbum de modo agressivo e poderoso. Depois músicas como "Rain When I Die", "Sickman", "Rooster" e "Dirt" fazem uma bela secção intermédia. Mas é a parte final, com "Angry Chair", "Down In A Hole" e "Would?" que dá uma enorme profundidade lírica e musical a este álbum, e que faz dele uma das obras mais marcantes do Rock Alternativo da década de 90.

06 junho, 2009

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Soundgarden - Badmotorfinger

Estávamos em 1991 e o Grunge emergia das profundezas de Seattle para o mainstream. Os Soundgarden aproveitaram a onda e criaram um álbum bem superior aos seus dois trabalhos anteriores; melhor produção, temas mais equilibrados, mas sem nunca se deixar levar pela necessidade de vender; na verdade, Badmotorfinger é bem menos comercial do que Nevermind.

Não chegaria ao ponto de o considerar "alternativo", mas exprimenta sonoridades claramenente arrojadas para a época. Tem o seu ponto alto na minha música favorita dos Soundgarden: "Jesus Christ Pose". Mas convirá não esquecer outros momentos muito altos, como "Rusty Cage", "Outshined" ou "Drawing Flies".

Não é tão popular como o seu sucessor - Superunknown - nem é tão polido, nem tão trabalhado; mas é precisamente aí que reside o seu encanto: é puro, é cru, é poderoso. Isso também faz com que tenha os seus pontos menos conseguidos, é certo, mas tem tantos pontos altos que é impossível não adorar este álbum.

05 junho, 2009

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The Offspring - Smash

Juntamente com os Green Day, os The Offspring voltaram a colocar o Punk nas radios e nas televisões. Smash é uma descarga de energia do início ao fim: refrões contagiantes, riffs de guitarra distorcidos, e um número de batidas por minuto verdadeiramente alucinante.

Boa parte do sucesso do álbum prende-se com os seus singles: "Gotta Get Away", "Self Esteem" e "Come Out And Play" são 3 músicas extraordinárias. Mas "Nitro", "Bad Habit" ou "It'll Be A Long Time" são outros excelentes exemplos da sonoridade contagiante de Smash.

É, resumidamente, um álbum de Punk Rock muito radio friendly. Mas o facto de ser algo comercial não lhe retira qualquer valor, nem me faz gostar menos dele. Chamem-lhe um guilty pleasure, se quiserem.

04 junho, 2009

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Metallica - ...And Justice For All

...And Justice For All é provavelmente o melhor e mais complexo trabalho dos Metallica. O motivo porque não tem a popularidade de um Master Of Puppets ou de um Ride The Lightning prende-se, sobretudo, com a fraca produção do álbum - que impede que consigamos ouvir os instrumentos na sua plenitude (o trabalho de baixo do Jason é praticamente inaudível em algumas músicas).

Ainda assim, uma audição mais atenta revela-nos a qualidade deste disco, que tem algumas das melhores músicas que os Metallica já fizeram: "Blackened" abre o álbum de modo excepcional, "One" foi o primeiro grande sucesso de mainstream da banda, e a última faixa, "Dyers Eve", é a minha favorita de toda a discografia dos Metallica. Destaque também para a "Harvester Of Sorrow" e "To Live Is To Die".

É de notar que a complexidade das músicas, com várias secções rítmicas, fez mesmo com que os Metallica não conseguissem por vezes reproduzir algumas delas em concerto, sendo por isso, actualmente, faixas muito raras de ouvir nos seus espectáculos.

03 junho, 2009

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Jeff Buckley - Grace

Grace é um álbum cheio de alma; a voz de Jeff Buckley - com o seu extraordinário alcance - transporta-nos para uma dimensão profundamente emocional, num misto de melancolia com uma réstia de esperança.

"Mojo Pin" abre o álbum e evidencia de imediato o enorme talento vocal de Jeff; segue-se "Grace", uma das minhas favoritas do álbum, que é também uma das faixas com o espírito mais positivo e melodia mais alegre. Destaco ainda a "Last Goodbye", a música mais acessível do álbum (e provavelmente a mais conhecida), a extraordinária "Hallelujah", que deixa a versão de Leonard Cohen a um canto, e ainda a "Lover, You Should've Have Come Over", a melhor letra de todo o álbum.

Grace não tem uma composição excepcional, nem é particularmente original. Mas tem uma intensidade fora do comum e é capaz de nos despertar sentimentos que a maioria dos álbuns, pura e simplesmente, não consegue. O seu sucessor inacabado (Sketches For) My Sweethart The Drunk, indiciava composições mais arrojadas e uma obra ainda maior de Jeff Buckley...mas dado que o projecto nunca foi terminado, nunca o saberemos, na verdade.

01 junho, 2009

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Depeche Mode - Violator

Foi com Violator que os Depeche Mode abraçaram, em definitivo, o sucesso e o reconhecimento musical. É um trabalho mais acessível que os anteriores mas, ainda assim, está longe de ser um álbum fácil. Complexo, tanto lirica como musicalmente, aborda diferentes sonoridades, misturando sintetizadores com magníficos riffs de guitarra. O seu sucesso explica-se mais facilmente por ser um álbum sem pontos baixos; mantém a qualidade da primeira à última música.

É difícil destacar alguma faixa em particular. "World In My Eyes" e "Sweetest Perfection" são duas das minhas músicas favoritas de Depeche Mode. "Personal Jesus" é a mais conhecida. "Enjoy The Silence" é provavelmente o seu melhor trabalho. "Halo" e "Policy Of Truth" são também faixas muito marcantes na discografia da banda.

Violator não é bem Dance, não é bem Rock, não é bem Pop, não é bem Electrónica, não é bem Synth Rock...é Depeche Mode.

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The Doors - The Doors

Fenomenal álbum de estreia, The Doors é definitivamente um dos trabalhos mais populares e interessantes da banda. Tem tudo aquilo que fizeram os The Doors famosos: as letras de Jim Morrison, a mistura de rock com blues, e um pequeno toque de jazz.

O álbum começa com um clássico, "Break On Through", e vai avançando para outras grandes músicas, como "The Crystal Ship", "Alabama Song" e "Light My Fire", acabando com a grandisosa, obscura, poética, genial e, eventualmente, excessiva, "The End".

This is the end, my only friend, the end. Um clássico.