27 junho, 2009

4



The Mars Volta - Amputechture

Amputechture não é um álbum fácil, longe disso, e foi necessário algum tempo e muitas audições até que conseguisse atingir e compreender a totalidade da amplitude musical deste trabalho dos The Mars Volta. A duração das músicas pode assustar um pouco, as suas inúmeras secções rítimicas e respectivas transições ainda mais, e até o nome das músicas ajuda à percepção de complexidade deste álbum. Mas, na verdade, Amputechture é bem menos assustador do que pode parecer.

"Vicarious Atonement" abre o álbum com uma sonoridade atmosférica, uma espécie de prólogo que nos prepara para a descarga de energia que aí virá. E ela surge com "Tetragrammaton", epopeia musical de quase 17 minutos recheados de pura genialidade. Segue-se "Vermicide", excelente música mas que quase passa despercebida perante a grandiosidade de Amputechture. "Meccamputechture" é o outro momento alto do álbum; guitarras, bateria, saxofone, tudo se mistura neste autêntico turbilhão sonoro - uma maravilha para os sentidos. "Asilos Magdalena" contrasta com tudo o que tinhamos ouvido até aqui: apenas a voz de Cedric - que canta esta música em Castelhano - acompanhada pela guitarra acústica de Omar; é belíssima. "Viscera Eyes" e "Day Of The Baphomets" são duas músicas típicas dos The Mars Volta - e são simplesmente brilhantes. O álbum termina com a atmosférica e psicadélica "El Ciervo Vulnerado".

Depois de ouvir este álbum fica-se com a sensação que se exprimentou algo novo, algo diferente; música com um sentido, com um propósito, que nunca se deixa perder. Apesar de confuso ao início, quando se encaixam as peças, tudo faz sentido. Amputechture é uma exibição de puro talento e de pura genialidade de uma das mais promissoras bandas da actualidade. É um álbum imperdível e certamente um futuro clássico.