O engodo de Bolonha
O Tratado de Bolonha significa conformismo, facilitismo. É mais exigente em termos de particpação, de assiduidade: "proíbe" faltas às aulas e obriga à realização de trabalhos constantemente - de tal modo que os estudantes se queixam de não ter tempo para mais nada. Mas em termos avaliativos acaba por ser mais acessível: com trabalhos, testes e assiduidade nos componentes de avaliação, torna-se mais fácil - aberrações de alunos com 14 ou 15 nos trabalhos tirarem 7 nos testes são frequentes. O pior é que isso é suficiente para lhes garantir a aprovação à disciplina.
Bolonha, ao contrário daquilo que apregoa, fecha o ensino sobre si. Vê o ensino como um fim, e não um meio. Segue o politicamente correcto, incita ao aluno empenhado, ao aluno que vai às aulas, ao aluno que faz trabalhos, ao aluno que estuda todos os dias. Promove-se o empenho, desvaloriza-se o talento. E isto não é saber preparar os alunos para o mercado de trabalho. Porque no mundo profissional interessam os resultados concretos, não o empenho, vontade ou persistência do trabalhador. Valoriza-se, isso sim, a qualidade e o talento. Bolonha é uma fachada. Fica bem no papel. E ajuda a nivelar as coisas: uns sobem (artificialmente), outros descem (artificialmente).
Defendem os especialistas que o ritmo de trabalho imposto por Bolonha adequa-se ao ritmo de trabalho que o mercado procura. Eu discordo. O ritmo de Bolonha é absurdamente elevado. Obriga o aluno a dispersar-se, a trabalhar sobre diferentes matérias ao mesmo tempo; de tal modo que fica desorientado, que confunde mais do que aprende.
No meu caso, passei de um curso de 5 anos para um de 3. Se quiser ter uma formação equivalente à que me era oferecida no modelo antigo, tenho que pagar um mestrado de 2 anos a peso de ouro (propinas de 1375€ e taxa de inscrição de 157€). Porquê? Qual é a explicação para isso? Pior, este "mestrado" não me garante estágio, coisa que o sistema antigo me garantia. Ou seja, com Bolonha saio derrotado em toda a linha. E algo me diz que não sou o único.
Bolonha, ao contrário daquilo que apregoa, fecha o ensino sobre si. Vê o ensino como um fim, e não um meio. Segue o politicamente correcto, incita ao aluno empenhado, ao aluno que vai às aulas, ao aluno que faz trabalhos, ao aluno que estuda todos os dias. Promove-se o empenho, desvaloriza-se o talento. E isto não é saber preparar os alunos para o mercado de trabalho. Porque no mundo profissional interessam os resultados concretos, não o empenho, vontade ou persistência do trabalhador. Valoriza-se, isso sim, a qualidade e o talento. Bolonha é uma fachada. Fica bem no papel. E ajuda a nivelar as coisas: uns sobem (artificialmente), outros descem (artificialmente).
Defendem os especialistas que o ritmo de trabalho imposto por Bolonha adequa-se ao ritmo de trabalho que o mercado procura. Eu discordo. O ritmo de Bolonha é absurdamente elevado. Obriga o aluno a dispersar-se, a trabalhar sobre diferentes matérias ao mesmo tempo; de tal modo que fica desorientado, que confunde mais do que aprende.
No meu caso, passei de um curso de 5 anos para um de 3. Se quiser ter uma formação equivalente à que me era oferecida no modelo antigo, tenho que pagar um mestrado de 2 anos a peso de ouro (propinas de 1375€ e taxa de inscrição de 157€). Porquê? Qual é a explicação para isso? Pior, este "mestrado" não me garante estágio, coisa que o sistema antigo me garantia. Ou seja, com Bolonha saio derrotado em toda a linha. E algo me diz que não sou o único.