26 abril, 2008

Que futuro para o PSD?

A crise interna do PSD não surge por acaso. De facto, desde a saída de Cavaco Silva o partido nunca mais se encontrou verdadeiramente. Nunca teve um verdadeiro lider, aclamado, respeitado e unânime; nunca foi um partido coeso e estruturado. E a principal explicação para isso é relativamente óbvia: o PSD é o partido Português com maior amplitude política. É muita gente com ideias diferentes, com visões distintas. De Santana Lopes a Manuela Ferreira Leite, de Durão Barroso a Cavaco Silva, de Pacheco Pereira a António Borges. Hoje está a pagar a factura disso mesmo.

O outro problema é igualmente óbvio: o partido vai perder as próximas eleições legislativas. E isso cria um grande desconforto, seja nas bases, seja nos "barões". A cada nova sondagem aumenta a contestação: sai um lider, entra outro.

Portugal é um país de esquerda. Um partido Social-Democrata é "centro" em qualquer lugar do Mundo. Menos em Portugal. O Partido Socialista é o principal partido Português. O Partido Comunista continua vivo e de boa saúde, sucessivamente registando bons resultados nas eleições. Impensável em qualquer outro país ocidental civilizado. Tudo isto dificulta a tarefa do PSD.

A segunda linha do PSD é melhor que a do PS. Tem gente mais talentosa, cultural e intelectualmente superior. Mas é um partido profundamente dividido. Já o PS, apesar de algumas divergências, é um partido mais coeso, mais unificado. Pensa e fala a uma só voz. Fazendo a analogia com o futebol, o PS é um espécie de AC Milan que, sem grandes vedetas, se apresenta em campo muito bem organizado tacticamente, com o trabalho de casa feito. O PSD é daquelas equipas recheadas de vedetas, qual Real Madrid da era dos "galáticos", em que cada um joga para o seu lado, esquecendo o colectivo.

O PS não fará 3 mandatos. Ninguém o faz em Portugal. Portanto o PSD tem de pensar mais à frente, esquecendo o presente para se concentrar no futuro. Escolher um homem do "sistema" para perder, com dignidade, estas eleições, e depois sim, colocar um nome forte para se vir a tornar no Primeiro-Ministro de Portugal. A minha aposta é inequívoca: Rui Rio.

1 Pensamentos:

Blogger Tiago Gonçalves disse:

Terá um futuro cor-de-rosa?

08 maio, 2008 18:31  

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