21 janeiro, 2009

The Obama Show

A cerimónia de posse de Obama deixou-me verdadeiramente atónito. Depois de meses de política espectáculo e de mega comícios hollywoodescos, pensei que já se tinha atingido o auge. Mas não. Esta tomada de posse foi a maior orquestração de banalidades e lugares-comuns a que já assisti em política.

Uma parada de músicos, actores e demais celebridades passaram pelo palco para debitar palavras ocas lidas no teleponto. As crianças a cantar, a mudança, a esperança, o futuro. Imagens a apelar à emoção, música a apelar à alma, e sempre a confiança - inabalável - de que Deus abençoará a América.

Não há paciência. É certo que estamos na América e que por lá as coisas funcionam assim. Mas é também o dia 1 de Obama e a sua primeira oportunidade de começar a fazer as coisas de modo diferente. Nomeadamente começar a ocupar as suas funções discretamente, iniciar a leitura dos relatórios, e preparar as soluções para o futuro - até porque os tempos que se avizinham são tudo menos fáceis e pedem tudo menos celebração.