31 maio, 2008

Os Piores Automóveis de Sempre

Apesar de ser um entusiasta de automóveis, poucas são as vezes que os trago à ribalta aqui no blog. Hoje decidi realizar uma ideia antiga e fazer o Top 5 dos Piores Automóveis de Sempre. Comecemos então:

5) Alfa Romeo Arna



Feito em conjunto pela Alfa Romeo e pela Nissan, a ideia inicial passaria, suponho, por fazer um carro com a beleza italiana e com a fiabilidade japonesa. Algures, lost in translation, alguém optou por inverter os papeis e fazer um carro com uma estética horrivelmente nipónica e com uma mecânica italiana dos anos '80. Resultado: o carro era demasiado feio para um Alfa e avariava demasiado para um Nissan. Daí que ninguém gostasse dele. Este "cocktail do inferno" durou apenas 4 anos, e os Arnas desapareceram da estrada. Felizmente.

4) Fiat Multipla



Quem é entendido no mundo automóvel sabe o que o Multipla é inovador em diversos aspectos da sua concepção: o layout 3+3, a tecnologia space frame, a construção por módulos. Tudo isto resultou num veículo funcional, ergonómico e com excelentes níveis de iluminação interior e visibilidade exterior. Mas nada disto interessa. O Multipla é o carro mais feio de sempre e a única coisa que merece é acabar esmigalhado numa sucata. Rapidamente.

3) Ford Edsel



Todos os entusiastas de automóveis conhecem o Edsel: é tão simplesmente o maior fracasso de sempre da indústria. O Edsel significou um investimento colossal da Ford, quer em pesquisa, quer em marketing. Foi o carro que maior expectativa gerou até à data. Mas no "E-Day" (dia em que o carro foi, finalmente, lançado) a desilusão foi total. O carro era horrível, gigantesco (numa altura em que o mercado pedia carros mais pequenos e poupados) e muito caro. E não oferecia nada de novo relativamente aos seus rivais. A partir daí a indústria automóvel passou a medir os fracassos em "edsels".

2) Trabant



Foi o carro que pôs a Europa Comunista sobre rodas; o "carro do povo" do lado de lá do muro. O Trabant tinha uma carroçaria de plástico, um motor a 2 tempos e fazia 0-80km/h em 20 segundos. À beira do Trabant, até o Comunismo parecia uma coisa boa.

1) Hummer H2



É o veículo mais inútil da indústria automóvel. Numa altura em que a crise petrolífera pede carros cada vez mais económicos e eficientes, a General Motors promove cada vez mais o seu estandarte: o all american Hummer. O H2 é um carro fraco: é tecnologicamente ultrapassado, ultra gastador, lento, tem materiais fracos e construção pobre; é péssimo para a condução na estrada e, ao contrário daquilo que é o senso comum, também é bastante limitado nas capacidades de todo-terreno. Então porque tem tanto sucesso? A sua imagem de carro super robusto e a sua derivação de um veículo militar parecem apelar aos instintos mais patriarcais e varonis. Facto é que o H2 não tem nada a ver com veículos militares: é construído com base no Chevrolet Tahoe, um dos muitos SUV's gigantescos que povoam as estradas americanas. Logo, a imagem do H2 esfuma-se. E sem a imagem, é apenas um carro bimbo e de terceira categoria, que representa precisamente o caminho que a indústria automóvel não deve seguir. É por isso o pior automóvel de sempre.

28 maio, 2008

Uma questão nuclear

A subida imparável do preço do crude veio relançar o alerta para a dependência total do petróleo por parte das sociedades ocidentais. Já o tinha dito neste blog, mas vou voltar a insistir no assunto. Só existe uma alternativa realista e viável ao petróleo: o Nuclear.
A Energia Nuclear é barata, limpa e quase inesgotável. O investimento inicial, apesar de avultado, seria compensado em pouco tempo pelo dinheiro poupado noutras fontes de energia.

Portugal tem ainda outra vantagem: o Hidroeléctrico. O nosso aproveitamento desta energia renovável é já muito elevado, e novos projectos em curso garantem que a situação será ainda mais favorável. Com o Nuclear e o Hidroeléctrico, Portugal poderia ser praticamente auto-suficiente a nível energético.

Claro que seria necessário fazer outros investimentos complementares. Transportes públicos movidos a energia elétrica, e não a gasóleo, seriam fundamentais. E assim acaba-se também com o disparate dos autocarros a Hidrogénio - caríssimos e sem utilidade prática. A tecnologia futura dos automóveis particulares também parece apontar para o eléctrico, através de carros "plug-in", que podem ser ligados à tomada para ser carregados - como se de um telemóvel se tratassem. Energia essa que seria obtida através no Nuclear e do Hidroeléctrico, no caso de Portugal.

Portanto, as soluções estão aí. Agora só falta a visão e o arrojo dos nossos governantes. Infelizmente duas características que nunca possuíram. Daí que o mais certo seja continuarem a cruzar os braços. Seguido de um encolher de ombros quando se deparam com situações como a do preço do crude.


[Central Nuclear em Saint-Laurent-Nouan, França]

26 maio, 2008

Pelé na final da Taça de Itália

Não me conformo. Deixar um jogador destes sair por 1 milhão de Euros é criminoso. Haja limites para a incompetência.

25 maio, 2008

Subidas fresquinhas: Gasóleo - 3 cêntimos; Gasolina - 2 cêntimos

Apresento-vos a empresa recordista de lucros em Portugal:



A Golpe Energia.

24 maio, 2008

Aeon Flux

Li por aí num blog qualquer alguém sugerir que deveriam ter posto a Angelina Jolie a fazer de Aeon Flux.

Sacrilégio.



[Dá hoje à tarde na TVi, para quem ainda não tenha visto - ou queira rever]

23 maio, 2008

O engodo de Bolonha

O Tratado de Bolonha significa conformismo, facilitismo. É mais exigente em termos de particpação, de assiduidade: "proíbe" faltas às aulas e obriga à realização de trabalhos constantemente - de tal modo que os estudantes se queixam de não ter tempo para mais nada. Mas em termos avaliativos acaba por ser mais acessível: com trabalhos, testes e assiduidade nos componentes de avaliação, torna-se mais fácil - aberrações de alunos com 14 ou 15 nos trabalhos tirarem 7 nos testes são frequentes. O pior é que isso é suficiente para lhes garantir a aprovação à disciplina.

Bolonha, ao contrário daquilo que apregoa, fecha o ensino sobre si. Vê o ensino como um fim, e não um meio. Segue o politicamente correcto, incita ao aluno empenhado, ao aluno que vai às aulas, ao aluno que faz trabalhos, ao aluno que estuda todos os dias. Promove-se o empenho, desvaloriza-se o talento. E isto não é saber preparar os alunos para o mercado de trabalho. Porque no mundo profissional interessam os resultados concretos, não o empenho, vontade ou persistência do trabalhador. Valoriza-se, isso sim, a qualidade e o talento. Bolonha é uma fachada. Fica bem no papel. E ajuda a nivelar as coisas: uns sobem (artificialmente), outros descem (artificialmente).

Defendem os especialistas que o ritmo de trabalho imposto por Bolonha adequa-se ao ritmo de trabalho que o mercado procura. Eu discordo. O ritmo de Bolonha é absurdamente elevado. Obriga o aluno a dispersar-se, a trabalhar sobre diferentes matérias ao mesmo tempo; de tal modo que fica desorientado, que confunde mais do que aprende.

No meu caso, passei de um curso de 5 anos para um de 3. Se quiser ter uma formação equivalente à que me era oferecida no modelo antigo, tenho que pagar um mestrado de 2 anos a peso de ouro (propinas de 1375€ e taxa de inscrição de 157€). Porquê? Qual é a explicação para isso? Pior, este "mestrado" não me garante estágio, coisa que o sistema antigo me garantia. Ou seja, com Bolonha saio derrotado em toda a linha. E algo me diz que não sou o único.

19 maio, 2008

Onde começa e acaba o sistema?

Seja na Taça ou no Campeonato, há uma equipa que, sorrateiramente, vai levando a água ao seu moinho. Intitulam-se como as vítimas, os detractores do "sistema", e como aqueles que fizeram eclodir o Apito Dourado...mas aquilo que pudemos verificar ao longo da temporada foi bem diferente. A equipa que em 2007/08 foi mais ajudada pelas arbitragens tem um rosto bem claro:

Chama-se Sporting.

17 maio, 2008

Vitória - Um ano de sucessos

Já se impunha um balanço: aqui fica a minha opinião sobre este ano desportivo no que concerne ao Vitória.


Positivo:

  • A qualificação para a 3ª pré-eliminatória da Champions League. Sem grandes vedetas mas com uma equipa extraordinária, o Vitória conseguiu uma proeza impensável no início da época. 7 jogadores da equipa titular actuavam o ano passado na Liga de Honra/Liga Vitalis.

  • A estabilidade financeira. O Vitória conseguiu conter o passivo, apresentando-se com um orçamento dos mais baixos da Liga para esta época - sem que tal afectasse o rendimento desportivo.

  • O contrato com a Lacatoni. Criticado por muitos ao início, o acordo com a empresa bracarense acabou por se revelar uma das decisões mais acertadas da direcção. Equipamentos bonitos e com qualidade, feitos em parceria com instituições locais (Universidade do Minho), e recheados de pormenores alusivos à história e aos símbolos do clube e da cidade. Para além disso têm um preço relativamente acessível e chegaram atempadamente às lojas, bem antes do início da época. Coisa que nos últimos anos era impensável, visto o Vitória ter sido tratado como um clube de segunda por outras marcas desportivas.

  • O Basquetebol. O parente pobre do Voleibol surpreendeu tudo e todos ao vencer a Taça de Portugal de Basquetebol, eliminando as duas melhores equipas Portuguesas: Ovarense e FC Porto. Ambas a competirem numa liga profissional, ao contrário do Vitória.

  • O Voleibol. Já tardava este título. O Vitória sagrou-se Campeão Nacional, batendo o SC Espinho numa final de contornos dramáticos. Sempre entusiastas, os adeptos do Voleibol Vitoriano receberam a equipa em apoteose num pavilhão lotado.

  • Quase 30000 sócios e mais de 19000 lugares anuais vendidos. O clube não pára de crescer.
Negativo:

  • As vendas ao desbarato de Rabiola e, sobretudo, Pelé. Os dois valeram ao todo 1,9 milhões de Euros. Actualmente Pelé já é tido como uma grande promessa do futebol Europeu e tem jogado com regularidade no Inter de Milão.

  • A falta de transparência da direcção. Foram precisos vários meses para que os valores das transferências de Pelé e Rabiola fossem divulgados. E o recente patrocínio da Super Bock à bancada nascente do estádio tem, também ele, valores indefinidos. Emilio Macedo da Silva garante que foi um "bom negócio" para o Vitória, mas o que é certo é que já tinha dito no mesmo nas já mencionadas transferências. E, como já aqui disse, esses valores foram manifestamente maus. Daí que possamos esperar o mesmo para este novo acordo.

  • Os falhanços nos momentos decisivos. Seja na Taça de Portugal, na Taça da Liga, ou no jogo decisivo contra o Porto no campeonato, o Vitória continua a falhar nos momentos de maior pressão. É já uma "malapata" crónica.

01 maio, 2008

Empurrem que o gasóleo está caro

A publicidade da Galp, onde o autocarro da selecção Portuguesa é empurrado pela Europa fora, é um fenomenal retrato deste país:

Lá no topo uns senhores bem-vestidos, com ordenados astronómicos, sentados confortavelmente num ambiente climatizado, sem mexer uma palha. E, cá em baixo, nós, os camelos dos Portugueses, a empurrá-los.

Na mouche BBDO.